Não é de hoje que objetos de madeira são os preferidos em pátios, parques e áreas ao ar livre. Utilizada pelo paisagismo para compor ambientes, a madeira exige uma série de cuidados para que sobreviva ao vento, à chuva e a possíveis fungos. Já para o material feito de resíduos plásticos, as intempéries do clima não são um problema.
A durabilidade característica do plástico permanece no novo material e vira protagonista em bancos, floreiras, lixeiras, cercas ou deques. A Madeplast, por exemplo, dá uma garantia de 10 anos em seu produto, que pode, ainda, ser serrado e pregado. Já o modelo da Acinplas não tem pregos ou parafusos de metal que possam enferrujar, todos os pinos também são de madeira plástica.
Mesmo com um processo de fabricação diferente, o objetivo dos produtos feitos pela paranaense Madeplast e pela gaúcha Acinplas é semelhante. A primeira mistura sobras de madeira com resíduos plásticos enquanto a segunda usa apenas os plásticos que sobram de sua produção de embalagens. A ideia final de ambas é produzir tábuas de alto padrão, resistentes e bonitas.
"Queremos desmistificar a ideia de que existe de que o produzido com material reciclado é de segunda linha", reforça Fabio Moreno, gestor de negócios da Madeplast.
Ao falar do mercado, os dois modelos vivem realidades distintas. Enquanto a Madeplast está há pouco mais de dois anos no mercado e já comercializa, a Acinplas precisa de mais apoio para produzir em escala as tábuas que começaram a ser feitas há 10 anos.
Com a ajuda da Universidade Positivo, a marca sediada em Curitiba comemora a aceitação no mercado. Mesmo com um preço três vezes maior do que o da madeira convencional, a madeira plástica vende. O grande estímulo é o fato de ser impermeável, não exigir manutenção e ser resistente a pragas, luz, calor e umidade. "A madeira plástica representa um novo paradigma", sintetiza Moreno.
O caminho da Madeplast
> Resíduos termoplásticos como bombonas de água, garrafas PET e frascos de cosméticos são coletados, separados, limpos e moídos por uma rede de fornecedores da Madeplast.
> Da mesma forma, sobras de madeira provenientes de podas de árvore ou de madeireiras são classificadas e picadas antes de chegar à indústria.
> Na indústria, uma máquina reúne os resíduos de plástico e os de madeira até alcançar uma mistura homogênea.
> Em média, são usados 50% de matéria-prima plástica e 50% de sobras de madeira. Essa porcentagem pode variar de acordo com o produto final almejado.
> Depois de misturados, os materiais seguem para o processo de extrusão. Com uma mudança de temperatura, a parte plástica derrete e se une à madeira. Dessa máquina, saem as tábuas de madeira plástica.
> Dependendo do que se deseja fazer com as tábuas, elas são cortadas e encaminhadas para o acabamento final. É nessa etapa que a madeira plástica ganha características visuais parecidas com as da madeira convencional, como os nós.
Fonte: Zero Hora