Luxo consciente: “Madame, durma tranquila”

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010 21:45 by Fernanda Vasconcelos Torres

 


Cena do filme Diamante de Sangue: Cartier foi questionada sobre a origem de suas pedras.


No mundo todo, as grandes marcas de luxo sempre foram conhecidas por sua incrível e glamourosa capacidade de lançar tendências. Basta que um acessório, cor ou tecido seja apresentado com sucesso nas passarelas para a novidade ser copiada em pequenas oficinas do interior da China ou nas maiores redes de varejo de roupa dos Estados Unidos. A recente crise econômica que abateu boa parte da economia dos países desenvolvidos e o surto de comedimento gerado por ela, no entanto, inverteram esse processo. Agora, são justamente as grandes grifes que perseguem uma "moda": a da sustentabilidade. Mais do que sentir um repentino amor pelas florestas ou por comunidades de países devastados por guerras e pela miséria, essas companhias foram, digamos, sensibilizadas por uma lógica puramente econômica. Nos últimos dois anos, segundo dados da consultoria Bain & Company, o mercado de luxo sofreu retração de mais de 10% - uma conta de quase 25 bilhões de dólares.

A expectativa dos analistas é que as vendas só retornem aos níveis de 2008 em 2012. Para enfrentar esses tempos bicudos, as marcas de luxo encontraram no apelo ecológico e na postura politicamente correta a maneira mais eficiente de fazer com que o consumidor não se sinta tão culpado ao desembolsar uma pequena fortuna por uma bolsa ou um vestido. "O ‘verde’ tornou-se o novo ‘pretinho básico’ do setor de luxo", afirma Manfredi Ricca, diretor da consultoria Interbrand em Milão. Entre os jovens, esse apelo é ainda mais eficiente. Uma pesquisa feita pela consultoria Luxury Institute de Nova York com mais de 1 000 pessoas entre 18 e 25 anos de idade mostrou que quase 60% delas buscam informações sobre sustentabilidade antes de decidir a compra de um item de luxo - ante 40% da média dos americanos.

MUITO LUXO, POUCA CULPA
O que algumas marcas de prestígio estão fazendo para conquistar uma aura sustentável

EMPRESA: Cartier
O QUE FEZ:
Lidera um programa mundial de certificação na exploração de pedras preciosas. A ideia é que a exploração de ouro e o diamante de suas joias não seja feita em zonas de conflito nem utilize mão de obra infantil, sobretudo na África

EMPRESA: Tiffany
O QUE FEZ:
Deixou de empregar corais na fabricação de suas joias. Para alardear o feito, montou vitrines no mundo todo (inclusive no Brasil) com peças sintéticas, imitando corais verdadeiros

EMPRESA: Bentley
O QUE FEZ:
Lançou seu primeiro modelo com motor flex, o Continental Supersports, em outubro. Segundo a montadora, o carro emite 70% menos CO2 se considerada toda a cadeia do etanol, desde a produção até a queima do combustível

EMPRESA: PPR
O QUE FEZ:
Além de ser dona da grife Stella McCartney, que não utiliza couro nem peles naturais em suas peças, patrocinou um documentário de 1 hora e meia sobre a devastação do planeta. O filme foi exibido em mais de 100 países

EMPRESA: LVMH
O QUE FEZ:
Adquiriu 50% da grife de moda Edun. A marca, criada pelo cantor Bono Vox e sua mulher, nasceu com o propósito de ajudar no desenvolvimento de países pobres. Suas roupas são feitas com algodão de lavouras de Uganda, do Quênia e da Índia.

Para ler a matéria na íntegra clique aqui.

Fonte: Planeta Sustentável/Revista Exame

1 Response to "Luxo consciente: “Madame, durma tranquila”"

  1. Patricia Oliveira Says:

    parabéns pela iniciativa das empresas, é de suma importancia a demonstração e a ação das mesmas em prol ao meio ambiente!!!