Ao descobrir que sobras de Etil-Vinil-Acetato (E.V.A.) das indústrias não eram recicláveis e acabavam sendo jogadas em aterros sanitários, a artista plástica paulista Carla Tennenbaum decidiu criar peças que reaproveitassem esses materiais. Foi assim que, em 2000, desenvolveu mandalas coloridas feitas com o produto que era desperdiçado às toneladas no país.
– O E.V.A. tem um potencial artístico enorme, e é gostoso de trabalhar. Apesar de ser um derivado do petróleo, não é perigoso nem tóxico, mas ocupa um espaço muito grande. Jogá-lo fora é um enorme desperdício. Pensando nisso, comecei a desenvolver técnicas para reutilizá-lo de forma útil e atrativa – explica Carla.
A produção, que começou por hobby, culminou no desenvolvimento do projeto Evamaria, cujo nome, além de fazer menção à sua matéria-prima, presta homenagem a dois símbolos da alma feminina. Em 2003, após receber um prêmio da Fundação de Design Latino Americano, na Holanda, a artista iniciou o processo de elaboração das peças.
Seu objetivo era dispensar qualquer produto químico na confecção das mandalas. Dois anos depois, após muitas tentativas, erros e acertos, Carla conseguiu chegar a uma peça de prolipropileno que substituiu definitivamente a cola. Os artigos produzidos por ela atualmente são todos de encaixe não aparente, que podem ser desmontados.
Fonte: Zero Hora